segunda-feira, 28 de outubro de 2013

A mulher e o mercado de trabalho



São diversas as desigualdades existentes na sociedade brasileira. Uma das mais evidentes refere-se às relações de gênero, menos relacionada à questão econômica e mais ao ponto de vista cultural e social, constituindo, a partir daí, as representações sociais sobre a participação da mulher dentro de espaços variados, seja na família, na escola, igreja, nos movimentos sociais, enfim, na vida em sociedade.
Nas últimas décadas do século XX, presenciamos um dos fatos mais marcantes na sociedade brasileira, que foi a inserção, cada vez mais crescente, da mulher no campo do trabalho, fato este explicado pela combinação de fatores econômicos, culturais e sociais.
Em razão do avanço e crescimento da industrialização no Brasil, ocorreram a transformação da estrutura produtiva, o contínuo processo de urbanização e a redução das taxas de fecundidade nas famílias, proporcionando a inclusão das mulheres no mercado de trabalho.
Segundo a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) realizada pelo IBGE em 2007, a população brasileira chega a quase 190 milhões de brasileiros, com a estimativa de 51% de mulheres. Segundo dados do IBGE de 2000, a PEA (População Economicamente Ativa) brasileira, em 2001, tinha uma média de escolaridade de 6,1 anos, sendo que a escolaridade média das mulheres era de 7,3 anos e a dos homens de 6,3 anos.
Uma constatação recorrente é a de que, independente do gênero, a pessoa com maior nível de escolaridade tem mais chances e oportunidades de inclusão no mercado de trabalho. Conforme estudos recentes, verifica-se, mesmo que de forma tímida, que a mulher tem tido uma inserção maior no mercado de trabalho. Constata-se, também, uma significativa melhora entre as diferenças salariais quando comparadas ao sexo masculino. Contudo, ainda não foram superadas as recorrentes dificuldades encontradas pelas trabalhadoras no acesso a cargos de chefia e de equiparação salarial com homens que ocupam os mesmos cargos/ocupações.
Ainda nos dias de hoje é recorrente a concentração de ocupações das mulheres no mercado de trabalho, sendo que 80% delas são professoras, cabeleireiras, manicures, funcionárias públicas ou trabalham em serviços de saúde. Mas o contingente das mulheres trabalhadoras mais importantes está concentrado no serviço doméstico remunerado; no geral, são mulheres negras, com baixo nível de escolaridade e com os menores rendimentos na sociedade brasileira.
Segundo o Seade – Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados, do governo do Estado de São Paulo – quanto ao “comportamento do desemprego feminino na Região Metropolitana de São Paulo, observa-se que, em 1985, essa taxa era de 15,5% para as mulheres e de 10,1% para os homens, aumentando, em 2000, para 20,9% e 15,0%, respectivamente. Isso significa que na RMSP [Região Metropolitana de São Paulo], em 2000, uma em cada cinco mulheres que integravam a População Economicamente Ativa, encontrava-se na condição de desempregada.”
O total das mulheres no trabalho precário e informal é de 61%, sendo 13% superior à presença dos homens (54%). A mulher negra tem uma taxa 71% superior à dos homens brancos e 23% delas são empregadas domésticas. Necessariamente, a análise da situação da presença feminina no mundo do trabalho passa por uma revisão das funções sociais da mulher, pela crítica ao entendimento convencional do que seja o trabalho e as formas de mensuração deste, que são efetivadas no mercado.
O trabalho não remunerado da mulher, especialmente o realizado no âmbito familiar, não é contabilizado por nosso sistema estatístico e não possui valorização social - nem pelas próprias mulheres - embora contribuam significativamente com a renda familiar e venha crescendo. O que se conclui com os estudos sobre a situação da mulher no mercado de trabalho é que ocorre uma dificuldade em separar a vida familiar da vida laboral ou vida pública da vida privada, mesmo em se tratando da participação no mercado de trabalho, na população economicamente ativa.


Orson Camargo
Graduado em Sociologia e Política pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo – FESPSP
Mestre em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

Viagens pela Amazônia- Índios Korubo


quinta-feira, 24 de outubro de 2013

PRECONCEITO, RACISMO E NAZISMO

PRECONCEITO, RACISMO E NAZISMO

PRECONCEITO - É uma ideia pré concebida sobre alguém antes de conhecê-la, por medo, por ignorância, por falta de afinidade e pode ser contra gente feia, obesa, que usa óculos, gays e sobre negros, entre tantos outros. Após o conhecimento é possível mudar de opinião em qualquer tempo. É um sentimento individual, podendo ter sido adquirido através da observação, convivência com pessoas preconceituosas ou a forma como a pessoa foi criada. Entretanto, nem todos os envolvidos nestes grupos desenvolvem este sentimento.

RACISMO - Já é o preconceito em sua forma assumida, levado a cabo por vários grupos em que tenham o controle sobre profissões, visibilidade e promoções. Não houve retrocesso e nem mudança de opinião. Assim sendo, o alvo de preconceito já é excluído de pronto: não tem acesso aos seus direitos como cidadão, sua ascensão é impedida, suas reivindicações não são atendidas e ele não tem mobilidade social, política, econômica, sendo a mais perversa delas, o impedimento psicológico. Há EXCEÇÕES, como por exemplo, a permissão de UM como forma de representatividade. A REGRA é o impedimento através do poder antropológico, histórico, social, econômico, político e psicológico. Racismo é a relação de poder de uma etnia sobre a outra. Se torna permissivo por ser senso comum dentro da sociedade e considerado normal e imperceptível não haver negros, gays, obesos e etc, em determinadas profissões, lugares, propagandas, por exemplo.

NAZISMO - É quando o racismo é então colocado em prática. Desta forma já se impede toda e quaisquer ascensão. Não há mobilidade social, política e econômica. O racismo psicológico é percebido através de mensagens subliminares (quando se alimenta a auto estima ocular, por exemplo, através das mídias como um todo), há a dizimação, a segregação e o apartamento de uma etnia com requintes de crueldade, perseguições políticas e policial sobre aquela determinada etnia considerada inferior.


Os 3 elementos podem ser legitimados ao mesmo tempo sem que sejam percebidos pela maioria, pela etnia ou o grupo agredido, pois há uma linha tênue que ligam uns aos outros como uma teia de aranha.

Portanto, as reivindicações, denúncias e apontamentos destas minorias de direitos são extremamente importantes, tanto o preconceito quanto o racismo, sejam permanentemente apontados e bombardeados para que a sociedade possa observar, perceber, analisar, refletir e combater. O preconceituoso pode se ver livre de seus conceitos quando toma consciência normalmente é mal informado. O racista é bem informado sobre tudo, por isto mesmo assume seu papel de continuar sendo preconceituoso e racista para não ter de largar o 'status quo', ou seja, a posição na qual ele pensa ter direito dentro da sociedade.

Tudo é questão de observação, percepção e reflexão.


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